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GERVÃO (Stachytarpheta caynnensis)
Nomes Populares:
Gervão Roxo, Gervão Azul, Gervão Legítimo, Gerbão, Chá do Brasil, Orgibão, Uregão, Urgevão, Aguarapondá, Gervão de Folha Verônica, Rinchão, Sete Sangrias, Gervão Cheiroso, Erva Santa.
Família: Verbenaceae
Aspectos Agronômicos:
Reproduz-se por sementes ou estacas de galhos, em solos arenosos e bem drenados, com adubação de húmus, esterco curtido ou matéria orgânica incorporados a 30cm de profundidade. Não tem preferência quanto ao clima, porém gosta de exposição solar plena.
Quanto a colheita, a mesma pode ser feita em qualquer época do ano.
A secagem da planta deve ser feita ao ar livre em ambiente bem ventilado e sombreado ou em secador com temperatura máxima de 35º C.
A planta é anual ou perene, subarbustiva, ereta, muito ramificada, de caule semi-quadrangular, com 30 – 70 cm de altura. É uma planta daninha medianamente freqüente em todas as regiões tropicais do país.
Parte Utilizada: Raiz, caule, folha e flor.
Origem: América Tropical
Aspectos Históricos:
Planta nativa do Brasil, é muito comum na Amazônia, mas encontrada em quase todo o território nacional.
Seu nome Stachytarpheta do grego (stachys) quer dizer espiga, e (tharphos) denso. Já o nome caynnensis vem de cayenne, capital da Guiana Francesa.
Uso Fitoterápico:
Tem ação: anti-hemoroidal, anti-reumática, antiácida, antidiarréica, antiemética, anti-térmica, anti-tussígena, cicatrizante, colagoga, digestiva, expectorante, hepatoprotetora, pulmonar, sudorífera e vermífuga.
Indicação: Tosse; rouquidão; bronquite; hepatite; distúrbios gastrintestinais; amenorréia; verminose; febre; dores de origem reumática; artrites; amebíases; hemorróidas; estimulante digestivo (estomacal, biliar e intestinal); prisão de ventre; feridas; contusões; machucaduras: afecções da pele (erisipela e eczemas).
Riscos: Usados na dose correta, não há contra indicação.
Uso Interno:
Em 1 xícara (chá), coloque 1 colher (sobremesa) de folhas fatiadas e adicione água fervente. Abafe por 10 minutos e coe. Tome diluído em um pouco de água, 2 vezes ao dia, antes das refeições principais.
- Coloque 1 colher (sopa) de folhas e flores fatiadas em 1 xícara (café) de água em fervura. Desligue o fogo, espere amornar e coe. Em seguida, adicione 1 xícara (café) de açúcar cristal e leve novamente ao fogo. Tomar 1 colher (sopa), 2 a 3 vezes ao dia. Para crianças somente metade da dose.
Uso Externo:
- Em um pilão, coloque 2 colheres (sopa) de folhas e caules frescos, bem picados e 1 colher (sobremesa) de glicerina. Amasse, até adquirir consistência de uma pasta. Espalhe sobre um pano e aplique no local afetado. Deixe agir durante uma noite.
Uso ritualístico:
É utilizada no preparo de amacy para lavagem de cabeça, guias e petrechos dos orixás. Largamente usado nos trabalhos ritualísticos dedicados aos Orixás Oxóssi, Obaluaê e Xangô.
GUINÉ PIPIU ou PIPI (Petivéria alliácea)
Família Botânica: Phytolacaceae
Sinonímia: Erva pipi, erva de alho, guiné caboclo.
Indicações:
Podemos usar as folhas e raízes para fazer chá em infusão para o tratamento do reumatismo, paralisia, hidropsia, artritismo, dores de cabeça, falta de memória e estados nervosos. A raiz também serve para tirar a dor de dente. Seu uso abusivo causa sérios problemas de visão, podendo causar cegueira. Estimulante, diurética e anti-reumática. Para beribéri, paralisias periféricas e inchações nas pernas.
Ajuda nas menstruações difíceis, também é abortivo. Seu chá é ótimo para gargarejos nos problemas de garganta, amígdalites.
Seu uso medicinal foi comprovado no tratamento de mordidas de cobra e como reconstituinte da memória.
Uso ritualístico:
É uma das 7 ervas sagradas da Umbanda.
Os orixás correspondentes são: Oxalá, Nanã, Caboclos, Preto-velho e Exú, principalmente Pomba-gira. É uma erva muito utilizada para assentamentos desta entidade (Pomba-gira Maria Padilha) que é considerada a Rainha da Guiné.
O Guiné é utilizado pelos Pretos-velhos em conjunto com Arruda nos passes de descarregos de mau olhado, inveja, olho gordo e outras maledicências.
O banho de Guiné serve para a limpeza do corpo (material e espiritual) livrando-o das energias negativas através de um banho de descarga.
Utiliza-se também a planta em vasos ou em jardins para a proteção de ambientes contra mal fluídos e influência negativa de espíritos sem luz ou perturbados.
Igualmente o Guiné é utilizado em sacudimentos na prática denominada “bater folhas” para afastar Eguns.